Saímos da Posada Nueva às 9:25h com uma temperatura de 4°C e céu nublado, mas sem chuva! Como suportáramos chuva e muito frio na véspera, resolvemos fazer somente o percurso até Pamplona, a cerca de 32km de distância.

Tendo verificado que nosso trajeto atravessaria o vale com o curioso nome de Erro, paramos para fazer fotos com nossos companheiros de pousada ao lado deste mapa que havia num canto da praça (obs: o mascarado sou eu):
Hoje optamos por seguir as trilhas originais do Camino que iam serpenteando pela montanhas e, às vezes, cruzavam a carretera. As trilhas tinham trechos de cascalho, de cimento e outros com muitas pedras.



Numa das passagens pelo alto de colinas, passamos por um pequeno monumento que homenageava um peregrino japonês que morrera no local em 2002, aos 64 anos de idade:

Mesmo com o dia nublado e a enormidade de subidas e descidas, ainda dava para apreciar as lindas paisagens de bosques, montanhas e vales.
Os trechos mais difíceis eram os que apresentavam solo com pedras irregulares, às vezes soltas, que se tornavam bastante técnicos nas frequentes subidas e descidas íngremes.

Afinal, depois de muito subir, atingimos o ponto mais alto do percurso que nos levaria ao lugarejo de Zubiri.

Antes de lá chegarmos, entretanto, o sol começou a mostrar a cara, aos pouquinhos, deixando as paisagens, que já eram bonitas à sombra, com um brilho mais especial.
Zubiri é um vilarejo um pouco maior que Biskarreta, decorado por uma linda ponte de pedra com dois arcos, cuja visão é ocultada, na aproximação, por esta construção antiga, de pedra:

Chegada a Zubiri
Não sei de que época é a ponte de Zubiri, mas suponho que seja bastante antiga, a julgar pelo formato e a forma de construção, em arcos de pedra:




Fizemos nossa parada para lanche em frente a um açougue. Isso mesmo: um açougue. Mas diferente dos que há no Brasil, meio dado a quitanda e mercearia, além de açougue.

Nosso lanche de pedal consistiu de maçã vermelha, nozes e macadâmias, enquanto olhávamos o movimento (pouco) da vila: um ou outro carro, donas de casa clientes do açougue, dois ciclistas italianos com suas speeds ultramodernas.
Depois que retomamos a trilha, logo demos de cara com uma enorme usinas, suponho que de cimento, que contornamos por um trecho curto de asfalto.

Depois seguimos por trilhas de cascalho, com partes de single bem estreitas, passando por uma pequena cascata, antes de alcançar a vila de Ilarratz, no alto de uma colina debruçada sobre o vale.


Após este ponto, descemos por uma alameda asfaltada e tomamos uma outra trilha de cascalho que ia serpenteando, subindo e descendo, por uma área rural que alternava campos, pastos e bosques, muito formosa sob o sol.

Ovelhas, álamos e outras árvores faziam contraponto ao verde-claro vivo da campina, emoldurados pelo céu, carregado de nuvens.
Em seguida, a trilha se aproximou mais do rio Arga e foi dançando com ele, passando por bosques fechados e quedas d’água, até chegarmos a uma ponte, que cruzamos e paramos um pouco.





Após a ponte, que fica próximo a Zuriain, havia um bar simpático e, como já passavam das 13 horas, resolvemos fazer mais uma pequena refeição, desta vez omeletes com espinafre.

Após o lanche, retomamos o caminho para Pamplona, que voltou a cruzar o rio mais duas vezes. E uma terceira ao chegar a Pamplona.




Então, pegamos um trecho longo de trilhas estreitas e, às vezes, muito íngremes, com partes muito bonitas de single-track:
Afinal, depois de subir mais uma encosta, margeando a carretera, vistamos nosso destino!

Depois disso, foi só cruzar pela última vez o Arga, por mais uma linda ponte de pedra, para chegar ao destino, a cidade de Pamplona.

Ao cruzar esta ponte, encontramos o Santuário da Sagrada Trindade, onde carimbamos nossas credenciais de peregrinos. Para escolher o hotel, sentamos num banco, em frente a lindas casas e procuramos pelo Booking.com.

Como o hotel escolhido, Iriguibel, ficava a um pouco mais de 2km, calculei a rota até lá pelo Garmin, com opção preferencial por vias para bicicletas. O resultado foi uma maravilha. Um trajeto pela via que margeia o rio, em meio a um lindo parque.

Resumo do dia 2 – Caminho de Santiago
Percurso: de Biskarreta (Viscarret) a Pamplona
Distância e ganho de elevação: 32,6km com 595m de ganho de elevação
Até amanhã!
Dear Mr. Modesto, your photos and texts are wonderfully documented, giving the reader a virtual tour of your adventure. Congratulations and have a wonderful and spiritually fulfilling journey.
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Thanks, Mike. So kind of you, taking your time to send me those words. Sharing my experiences is a pleasure for me. I hope it’s of some use to others.
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Dears, que bom que tudo segue correndo vem, apesar da sapatilha assassina! Força aí guys! Beijos.
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Concordo com o comentário do Sr. Michael Alpert: as fotos são lindas e o texto bem esclarecedor. Lugares lindos. Que bela viagem vocês fizeram.
Fiquei interessado na ponte da cidade de Zubiri e fui buscar informações: foi construída no séc. XII e chama-se “Ponte da Raiva”. Essa ponte tem história. O link a seguir fala um pouco sobre ela: https://www.camminosantiagodecompostela.it/la-leggenda-del-ponte-della-rabbia-a-zubiri/
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